Os sistemas lineares multieixos apresentam uma variedade de designs, sendo os cartesianos, pórticos e mesas XY alguns dos tipos mais comuns. Embora esses designs simplifiquem a construção e possam proporcionar economia de espaço, eles também introduzem erros de "empilhamento" — a acumulação de erros de cada eixo, que se manifesta na peça de trabalho ou no ponto da ferramenta. A montagem de eixos uns aos outros também cria cargas em balanço e erros de Abbé — erros angulares que são amplificados à medida que o ponto de interesse (peça de trabalho ou ponto da ferramenta) se afasta da fonte do erro. Mas uma configuração multieixos — o sistema de ponte dividida — oferece uma solução para tarefas de alta precisão que exigem múltiplos eixos de movimento, minimizando os erros de empilhamento.

Os sistemas de ponte dividida permitem dois, três ou mais eixos de movimento utilizando um eixo transversal, ou de ponte, que atravessa a base e suporta pelo menos um dos eixos. Embora essa configuração seja semelhante a um pórtico tradicional, existem algumas diferenças notáveis. Para começar, um sistema de pórtico tradicional utiliza dois eixos X, ou de base, com um eixo Y que os atravessa e — na maioria das aplicações — um eixo Z (vertical) montado no eixo Y. O projeto do pórtico proporciona longos cursos com boa capacidade de carga e alta rigidez, uma vez que os momentos de rolamento no eixo X são eliminados e os momentos de guinada podem ser minimizados. Mas se os eixos X paralelos não estiverem sincronizados, podem ocorrer desalinhamentos ou distorções dos eixos, o que produzirá erros nas posições dos eixos Y e Z.

Um sistema de ponte dividida evita esses problemas utilizando um elemento estático, ou ponte fixa, para abranger o eixo ou eixos da base. Os eixos da base — sejam eles um único eixo, uma mesa XY ou um pórtico planar de dois eixos — são montados em uma superfície usinada (normalmente aço ou granito, embora alumínio usinado também seja usado em alguns casos) para garantir planicidade e rigidez. O eixo Z, ou vertical, é montado na ponte, independentemente dos eixos da base. E, em alguns casos, ambos os eixos Y e Z são montados na ponte, tornando-os independentes do eixo X. Os eixos montados na ponte são normalmente plataformas de alta precisão, como os eixos da base, embora sistemas lineares mais tradicionais também possam ser utilizados, dependendo dos requisitos da aplicação.

Uma das principais razões para usar um sistema de ponte dividida é permitir que uma peça ou amostra seja movida para uma posição muito precisa com os eixos da base, e então um processo como digitalização, sondagem ou perfuração pode ser feito pelo(s) eixo(s) montado(s) na ponte.